Por que contratar um advogado direto na Itália é a melhor escolha para o seu processo de cidadania
- Stéphanie Poliseni
- há 1 hora
- 3 min de leitura
Nos últimos anos, proliferaram as chamadas “assessorias de cidadania”, que oferecem processos padronizados, muitas vezes vendidos em massa, prometendo rapidez e resultados garantidos. À primeira vista, pode parecer uma solução prática. No entanto, quando se trata de um direito tão sério e pessoal como o reconhecimento da cidadania italiana, confiar apenas em uma assessoria pode trazer riscos que, em muitos casos, comprometem não só o processo, mas também o tempo e o investimento do cliente.
O que é um serviço jurídico?
Um serviço jurídico não é apenas um conjunto de documentos protocolados em um cartório ou consulado. Ele envolve análise técnica, aplicação da lei e defesa do direito do cliente perante a administração pública ou o Poder Judiciário.
Somente um advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados da Itália (Ordine degli Avvocati) pode prestar serviços jurídicos, porque:
Tem habilitação legal para representar clientes perante autoridades e tribunais;
Assume responsabilidade profissional pelas orientações e atos praticados;
Está vinculado a regras éticas e disciplinares, que garantem seriedade e segurança na atuação.
Enquanto uma assessoria muitas vezes se limita a intermediar burocracias, o advogado atua como defensor legal do cliente, com autoridade reconhecida pela lei italiana.
O papel do advogado no processo de cidadania
O advogado na Itália desempenha funções que vão muito além de “protocolar papéis”:
Analisa cada caso individualmente, identificando riscos e soluções;
Escolhe a via adequada (administrativa ou judicial), explicando prós e contras;
Representa o cliente perante tribunais e repartições públicas;
Defende direitos, garantindo que a lei seja aplicada corretamente;
Atua com responsabilidade pessoal e direta, algo que nenhuma assessoria pode substituir.
A relação advogado-cliente: confiança, ética e representação legal
Outra diferença essencial é a relação pessoal e de confiança estabelecida entre advogado e cliente. O cliente não é um “número em uma planilha” ou um “pacote vendido em massa”. Cada caso é tratado com individualidade, considerando não só documentos, mas também prazos, necessidades familiares e até estratégias futuras (como residência, passaporte, descendentes).
Essa relação é protegida e regulamentada pelo Codice Deontologico Forense, que disciplina a atuação do advogado na Itália. Entre outros princípios, destacam-se:
Art. 9 – Dovere di lealtà e correttezza: o advogado deve agir sempre com lealdade, respeito e correção, inclusive na relação com o cliente.
Art. 12 – Dovere di fedeltà: o advogado tem o dever de ser fiel ao interesse do cliente, colocando sua competência a serviço da causa confiada.
Art. 27 – Rapporto di fiducia: a relação advogado-cliente é fundada na confiança mútua, que deve ser preservada por meio de transparência, informação clara e confidencialidade.
Além disso, no processo judicial de cidadania italiana o cliente outorga ao advogado uma procuração (procura alle liti). Isso significa que é o advogado quem representa legalmente o cliente perante o tribunal e as autoridades, e não uma assessoria.
A assessoria pode, no máximo, auxiliar na organização de documentos ou oferecer suporte burocrático. Mas não tem legitimidade para representar o cliente perante a Justiça italiana. Quem defende e dá voz ao cliente, em nome da lei, é exclusivamente o advogado.
Posso trocar de advogado durante o processo?
Sim, é possível trocar de advogado durante um processo de cidadania. No entanto, essa decisão deve ser feita com transparência e responsabilidade. O advogado atual precisa ser formalmente informado da substituição e, por ética profissional, o novo advogado contratado comunicará o colega anterior para se certificar de que todos os compromissos do cliente — inclusive aqueles de natureza econômica e contratual — tenham sido devidamente cumpridos.
Esse procedimento garante respeito mútuo entre profissionais, protege os interesses do cliente e assegura a continuidade do processo sem riscos de nulidades ou conflitos. Mais uma vez, trata-se de uma diferença fundamental: na advocacia, há regras de ética e deveres recíprocos, algo que não se encontra no modelo informal de muitas assessorias.
Conclusão
O reconhecimento da cidadania italiana é um direito hereditário, que envolve história familiar, identidade e até mesmo o futuro de gerações. Por isso, deve ser conduzido com seriedade, profissionalismo e segurança jurídica.
Contratar um advogado diretamente na Itália não é apenas a escolha mais segura, mas também a mais eficaz para transformar um direito em realidade — com respaldo legal, ética profissional e uma relação de confiança genuína entre cliente e defensor.
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